2009-07-31

sunshine


o que fixei de ti
a primeira vez
no teu olhar
foi o brilho desse olhar
o brilho dos teus olhos
o teu brilho
bonito sorridente tão brilhante

se agora é noite de luar
é de luz brilhante
como reflexo de luz
na superfície do mar

mar de vida
mar instante
mar reflexo
mar amante

mar amante da lua
que partilha o reflexo, luar
mar pela vida navegante
em ondas de amor devagar

Pedro

2009-07-30

cinema de animação


o bichinho e gosto pela animação (cinema de animação) é um animal poético que nunca nos larga, dêem que voltas derem as voltas que a vida leve

Pedro

como estou eu sempre


não saber escrever é como eu estou sempre
às vezes perdido de mim
às vezes nem assim

regresso lento letra a letra a mim
quando me chega a frase a que chego
quando me chego por onde vou a mim

é estar de estado descoberta permanente
jogo sem jogo com e desregras sempre
procuras de não procuras
que não procuro e me encontram
surpresas sorrisos brilhos e suspiros
em rimas desrimas de com e sem vírgulas
entre um chá de camomila ou frutos vermelhos silvestres
como entre um brilho de sol por um luar adentro
que sei eu nada de poesia escrita concreta ou outra
vou sabendo que sei que quero saber
de um lugar esse tempo banal
caminho via estrada intemporal

Pedro

2009-07-28

num mundo( , ) que giro


um pequeno mundo
(que gira sem parar)
é um mundo
nisso mundo
de um tamanho
tamanho
o tamanho
(d)a alma (d)o mundo

e uma alma que gira
(que gira, que gira)
é do tamanho do mundo
que giro
do mundo que gira
a alma, que gira


há mundos tamanhos
em mundos que giram
em mundos giros
que giram tamanhos


Pedro

o que dizem os teus olhos o que dizem os olhos teus


um olhar
o olhar
é tanto
tanto
que um olhar
o olhar
é tudo
tudo

Pedro

calor


calor de amor
calor calor
quanto calor
amor amor

Pedro

2009-07-20

viagem


sem pressa
que o tempo lento é bom
tempo de descoberta
na estrada reflexos
no ar reflexos
no vento reflexos
e no olhar o tempo de ser
viagem dentro
o olhar no olhar
a imagem do som na palavra silêncio

Pedro

2009-07-17

20090715


começo um caminho que gosto, ir
quase vazio
a levar pouco
o menos que possa
para ter lugar no que traga
de olhares passeios brisas mares
travessias feitas navegares
passagens e margens
tempos vagares
um ir por aí
só por aí
marinheiro de si

Pedro

2009-07-14

e molhos


de molho
a salinidade
variável

Pedro

2009-07-13

que sabor


deixo que a canela se faça cheiro
no sabor do café

Pedro

2009-07-12

da memória


há corpos que não se esquecem por mais que o tempo passe, por mais que as memórias se povoem de outras memórias, por mais que ventos e ares varram pós e pensamentos, por mais que a vida tombe, por mais escadas que subam desçam trambolhem e ajudem a levantar, por mais e mais, há corpos que não se esquecem, a minha filha acabada de nascer, o meu filho acabado de nascer, a crescer o espaço que vivem

e há corpos que não se esquecem por mais que se desconheçam, como num encontro formal oficioso e oficial, da pessoa ao lado um toque inoportuno incoerente cego transitório no pegar da pequena faca para barrar um pouco de manteiga na tosta o cotovelo toca o cotovelo e um choque telúrico aos milhares de volt transita em menos de um milissegundo e parece que é um mundo uma galáxia universos paralelos magnetismo arrebatado partículas subatómicas e um cataclismo de proporções que o acelerador de partículas do CERN não reproduz

há corpos que não se esquecem no desconhecido em que se conhecem no tempo de nunca se terem visto e nunca mais se verem

Pedro

2009-07-11

por entre estar


uma conversa boa
e amizade conjugada
é como vida ser e ar
respira-se
entrega-se
vivifica

Pedro

do real


uma realidade
nua
é como a lua
nua
e a luz do sol
nua
tão intensa e
nua
como a verdade
nua
de ser a verdade
nua
tão cruamente
nua

Pedro

2009-07-10

pelo tempo


há um tempo de tudo
(onde cabe quase tudo)
um tempo presente
ao longo do tempo
que presente é passado

[ gostava de ser conhecedor do tempo
para ser sabor do tempo
para ser o tempo
pétala flor para lá da dor ]

um tempo que é inteiro
tempo sempre de agora
tempo de sentir o tempo
sereno o tempo de agora

Pedro

da tarde ida


por longes curvos direitos
a perder de vista e sem fim
tempo entre estrada e céu
noite que o dia amanheceu

Pedro

2009-07-08

à lua


fora um raio de luz à luz do luar
perguntava-te

a luz que te escorre entre os dedos
vê-te
por onde
à luz
à lua
luar

Pedro

2009-07-07

pelo caminho


por quantos caminhos de só
seguem tantos só caminhos
tempos a pares e sós
tempos de sós a par
tempos mais demais sós
sem nisso realizarem
que só é quem se não saiba só
que o só de si é acompanhado

Pedro

2009-07-06

à luz de um sol


à praia, a luz amarela o sol rasante
entre um grão e outro da areia
que asas do vento
a brisa atravessa
os interstícios
entrelaçados
do brilho
a luz
do mar

Pedro

que misturo


misturo cores
misturo silêncios
misturo sabores
às vezes pigmentos

misturo olhares
misturo vontades
misturo passos
às vezes verdades

misturo sentires
misturo saudades
misturo pensares
às vezes luz

Pedro

2009-07-05

que tempos


diabos vermelhos
cor de sangue
bocas funestas
olhos fechados
tempos abertos
espaços contados
caminhos curtos
redondos armados

Pedro

2009-07-04

existências


perto de um novo arco-íris
como não ser teimoso em existir
mesmo que pareça incompreensível
são as cores a magia disponível
da energia de seguir e provar
do sabor de cada cor e do ar

Pedro

coisas


acho que uma das coisas que pecam nas abordagens ditas "novas" (whatever that means) é a necessidade de "rotura": como se viver o momento implicasse desvalorizar o passado e o futuro, ou o desaparecimento da dor e desilusão

acho que não

acho que isso nunca acontece;
acho que ao ir por aí se criam mais problemas do que soluções;
- se estou neste presente foi que o passado aqui me trouxe, e
- neste presente faço em permanência o futuro,
- com o segundo de agora já fiz passado e é o futuro que mo faz, e
- com isso mais do que nunca a força do
- aqui e agora, o momento vivo

isto são La Palices, não estou a criar nada de novo

o preconceito existirá sempre, as decepções também, os traumas vão-se vivendo (se não forem demasiado presentes serão só traumazinhos), as expectativas são mais do que humanas (são tb sal que dão tanta energia para seguir em frente, se forem em excesso é que podem consumir energia demasiada na frustração!),
viver é a mistura de tudo, e se tiver essa componente presente de consciência do aqui e agora, será/é tão mais rica a experiência de vida

há uma componente nisto tudo que a mim me faz ticking de forma diferente e tão melhor: impro, improvisation... improviso, não o desenrasca, não é isso, é a súmula do aqui e agora

Keith Johnstone (Keith JoãoPedra :-), um ou dois livros dele, o Impro, por exemplo, que dá as pistas para esta coisa que é a consciência tão grande do aqui e agora... ajuda tanto a eliminar os preconceitos, os filtros responsáveis por nos obrigarmos a termos sempre ideias interessantes (ou seremos desconsiderados!); isto do impro ajuda a criar o bom deixar ir porque a espontaneidade é a chave da vida

o que o Impro tem é isso: a recuperação da espontaneidade que, enquanto crianças, tínhamos a rodos e que as martelagens de tudo à nossa volta nos foi fazendo perder, ou moldar, ou recalcar...

a espontaneidade é o eu

e quando o eu é martelado para se formatar ao que são as convenções ou ao que se espera de nós (os scripts impostos dos outros, sejam pais, professores, chefes, colegas, e outros), começa o infortúnio de viver o que os outros querem que vivamos em vez de vivermos o que espontaneamente procuramos

isto não é a apologia da anarquia!
em rigor a anarquia advoga que a minha liberdade termina onde começa a do outro

e do meu espaço de conforto, outra forma de dizer liberdade, e do espaço de conforto do outro, eu não abdico, porque para existir o outro, eu existo, que eu sou o outro para o outro, e nisso sou eu
:-)
e vivo :-)

Pedro

lugares


com sons
palavras
vagares
entrementes

e silêncios
espaços
palavras
sons
bons

Pedro

que sons


nascida dos sons que geras
tu palavra geratriz
que significados depois
o que forem
o que sejam
vezes quantas
des-significados aparentes
sentidos
feitos
depois

ler entender escutar ouvir
tanto mais no eu que lê
se faz reflexo o que lê

Pedro

2009-07-03

lua


numa lua antes branca
pousou o sonho risonho
era o sonho de criança
um veleiro leve ligeiro

vinha p’lo azul conhecido
a tocar todas as estrelas
com os dedos pequeninos
de quem brinca com brinquedos

entre segredos de meninos
asas abertas pensamentos
fermentos de vida e viver
sorrisos risos e crescer

em quimera a acontecer
num corcel de magia
lua e sol o que vão trazer
a luz branca o novo dia


inspiração muito directa
(quase roubo vergonhoso, ou sem vergonha?!)
do original e lindíssimo
BRANCA LUA
Letra Ana Vidal
Música Rita Vasconcellos
Voz Mafalda Sachetti

obrigado pela inspiração :-)

Pedro

das letras dos sons que tons


há letras que se sentem sons
e sons entre letras aqui
que sons por aí a espaços
outros silêncios sons também

Pedro

país


um país de tourada
um país de fingir
um país à paulada
um país de fugir

este não é o meu país
mas que país é o meu?
um país de escarcéu
o país ensandeceu?

Pedro

sonho


o sonho é vida
que comanda o sonho
que comanda a vida
a vida sonho

sonho acordado
vivo sonhado
vivo acordado
o sonhar vivo

Pedro

gosto


gosto
do que traz e leva o olhar
que o olhar é a alma
a alma a vida
a vida tudo

Pedro

abraço que te vi vi-te


num abraço de despedida onde te vi
vi-te
num abraço na margem do comboio
vi-te
num abraço na margem do avião
vi-te
num abraço na margem de Anaheim
vi-te
num abraço na margem de Lisboa
vi-te
num abraço na margem de Boston
vi-te
num abraço na margem de Montreal
vi-te
num abraço na margem de Halifax
vi-te
num abraço na margem de Paris
vi-te
num abraço na margem de Bruxelas
vi-te
num abraço na margem de Atenas
vi-te
num abraço na margem de Amsterdão
vi-te
num abraço na margem de mim
vi-te
num abraço na margem em ti
vi-te
miúda que te vi tanto por onde tanto te vi
miúda
vi-te

Pedro

2009-07-02

no ti do tu do eu o eu


acredito num em ti
que é um tu
que é um eu
que é o eu
porque sem um ti
não há há um tu
não há um eu
não há o eu

Pedro

coração


quando o coração balança
o que balança o corpo
a mente que balança
que tom balança
de que som
que ser
tem

Pedro

estar


estar
só por estar
a deixar o tempo passar
por um estar com gozo de estar
a sentir do tempo o ar
que é só estar
por estar
e ser só
isso

Pedro

da magia da mudança


a magia do olhar que muda
porque a luz muda
porque o estar muda
porque muda o sentimento
e muda não é a visão
que vai falando enquanto muda

Pedro

reflexos


perder-se no encontro
no que corpo e corpos
se encontram

que reflexos do eu
na cor do reflexo
reflexo

que raios de luz amanhã
nos raios da manhã
amanhã

Pedro

passos


não sei os passos que são os que dou
nem dos passos que não dei

não sei tanta coisa que já sei
que não sei nem saberei

mas sei
que aos passos que faço
só eu faço o que sei e o que não sei
de mim o ar que passo
de mim o ar abraço
que sei como estou e saberei
aqui presente e consciente
nos passos que dou que não sei
onde me levam e levarei

Pedro

um dia um dia um dia


porque a vida são 3 dias,
em que dia estou?
porque a vida são 3 dias,
em que dia vou
mudar de vida mudar
sempre a tempo de mudar
que não seja só falar
que a vida são só três dias
que seja mais que só falar

Pedro

2009-07-01

de escrita


quando é de dentro
não tem tempo
ou data
é sempre
presente

Pedro

de viagem e avião


uma garrafa de água e limão
vous voulez des glaçons?
non, mais j'aimerais bien le stick presseur, celui que vient avec le chocolat chaud
ça?
oui, c'est ça, comment vous appelez ça?

pelo barulho dos motores vejo-lhe os lábios a falar
não ouço e não percebo
deve ter dito qualquer coisa de inteligente
sorrio

é muito bonita
como quase todas elas
e nem todas fazem sorrisos corteses de serviço

alguns sorrisos são de dentro sentidos sentem-se
faz uma certa diferença que é toda a diferença
para a maioria de quem veja os sorrisos devem ser todos sorrisos
para mim não

basta ver como fica o rosto depois do sorriso
se à volta dos lábios restos de sorrisos convidam a voos sorridentes
ou se a rigidez se instala como cadáver que já morreu

quase todas matam os sorrisos à nascença
prematuros sorrisos moribundos
e é triste ver sorrisos nado-mortos que falam da tristeza que lhes vai dentro

não se ensinam sorrisos verdadeiros
aprende-se da vida quando se é feliz ou se faz por ser feliz

a alma humana está por todo o lado e nenhuma situação é enfadonha
se existe alguém por perto

observo quem passa ou esteja
e todo o traço é um filme inteiro
que não descodifico completamente
nem pretendo não sou deus
mas encontro fontes inícios trânsitos estados
a maioria em preocupação aflitos
quase sempre apressados
e alguns em estar calmo porque sim

vejo poses olhares fugazes penteados cachecóis
e testas
as testas dizem muito tanto
quando carregadas que têm muitas pistas de autoestradas
variadamente completadas com olhos raiados a fazer de ferozes
mais algozes deles mesmos

nos sorrisos das hospedeiras
sinceros
nunca se tem a certeza que haja convites
e lembro-me do Truffaut no filme em que vem a Lisboa
e há um número de telefone numa carteira de fósforos
e já não me lembro do resto
mas lembro-me dele na Gulbenkian e duma pergunta da assistência
que lhe falava disso porque o filme tinha uma conferência em Lisboa
e ele estava ali connosco numa conferência em Lisboa
e chegou ao palco tal como no filme
através da cortina
e foi impossível não reparar no dejá-vu
e alguém lhe perguntou se tinha uma carteira de fósforos nos bolsos
e qual o número de telefone
e todos rimos gargalhadas alegres como se amanhã todos continuássemos vivos
e ele já tinha cancro e a morte adiada
e ninguém sabia
e eu era um puto deslumbrado com a vida do cinema
que já sabia que o cinema está em todo o lado
que ainda não sabia que a ficção é pálida
amostra
de toda a vida real

no voo de ida reparei numa hospedeira que me olhou
sem necessidade profissional
reparei é força de expressão
foi pela visão periférica
percebi um olhar intenso
e fui ver o que era
e ela olhava-me fixamente
e não desviou o olhar nem se embaraçou
simplesmente entregou-me um sorriso bonito
e sorri-lhe
enquanto duraram os olhares a ver-se e ela a passar

ela passou e eu guardei-lhe o sorriso
não sei o que fez ela do meu sorriso que lhe dei

já não se fuma a bordo
e ninguém anda com carteiras de fósforos
nem eu ia para Lisboa
nem dar uma conferência
mas não me impedi de pensar como é um namoro assim
como o da Filomena e o comandante alemão
ele no ar ela em terra
vêm-se quanto nas escalas extemporâneas

nestas viagens faço muitas coisas
durmo
durmo muito quando consigo que não me acordem

ao comandante havia de lhe encher a boca de trapos
quando se lembra de avisar a altitude, sempre a mesma
a temperatura lá fora, sempre a mesma
a velocidade, sempre a mesma
o trajecto, sempre o mesmo
a hora de chegada, sempre a mesma
a velocidade do vento, variável

podiam estar calados e calarem-se
e deixarem-me a alma chegar-se aos anjos

acredito em anjos
como não acreditar se sobrevivi
para contar

como foi que não tenha sido um anjo
que me guiou
que guinou
que fez
agora

só pode ter sido porque não tenho mais explicação

no todo racional e engenheiro e de inteligência que tenha
a poesia devo-a à vida
e a vida ao anjo
que tenha tido o desleixo de fugir das suas tarefas celestiais
que hão-de estar tão sobrecarregados que sejam infelizes como todos
e nessa fuga para descansar da enfadonhisse eterna
deve ter achado graça intervir
e nessa graça foi coreógrafo do meu ballet estranho

há lá coisa mais engraçada que piruetar de carro despistado às 6:45 da manhã
entre sons de tears in heaven a plenos pulmões?
o anjo deve-lhe ter achado graça brincar a deus por uns segundos
de eternidade adiada
os segundos em que renasço de todas as cinzas e do cheiro intenso
da borracha queimada ao som da luz da madrugada

acredito em anjos
não
acredito num anjo que me tenha feito dançar no palco da estrada para estar aqui
e se há um
talvez haja mais

abro a garrafa de água
que coloco um pouco no copo de água
e à meia rodela de limão
pressiono-a
para lhe dar a liberdade
de me gostar

repito o processo a espaços
enquanto
escrevo o que me apetece e inspira

como as nuvens que são água
os passageiros cabeças de fósforos
e tudo o que pelo ar me deixe ir sem pressa
sorrisos abraços ternuras carinhos
bolos pastéis natas travesseiros
escrevo entre sonos
espreguiço-me quando me levanto
a deixar passar a 5A
escrevo na memória de adormecer
devia anotar não anoto
ou me lembro depois ou que se lixe
agora durmo o descanso
não tenho pressa

aterramos
tento ver se temos manga ou autocarro
as da 14 em diante estão ocupadas
falta a 7 que não vejo
paramos ao lado da 7 preenchida
temos autocarro

sou o terceiro a sair
já no autocarro
vejo todos a descerem
telemóveis ligados
as conversas sempre as mesmas
chegámos


Pedro

tempo


entre uma vaga e um vagar
quanto tempo tem o mar
quanto tempo do fogo
quanto tempo o ar
vida e fome
de amar

Pedro

por uma espera de telefone


que espera é essa
tocante
que espera
audiante
que não se faça
requente
odiente


uma espera é um estado suspenso
quantas vezes a espera mais
a espera do eu suspenso


Pedro

pele


pelas mãos
pelos olhos
a pele à flor da pele
que mãos
que olhos
de quem

Pedro