sou marinheiro esquisito de palavras
naufrago
por onde leio ou escrevo
quantas vezes
insisto no retomar
do mar e palavras
que me afogam
um livro livros
de onde saí vivo
um poeta nu que me desnudou
de um jorge sousa de braga
aquilo afogou-me inteiro
e lançou-me à praia
comi areia
vomitei algas
e aos peixes disse nada
que era deserta
a falésia alta
de onde vim
o caminho que vi
não sei
não sei o que vi
não sei o que vejo
deixo ser-me só
Pedro
1 comment:
Muito bom!
Um abraço
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