2010-01-18

um dia


Olha que não sei. Não sei porquê, a coisa, a causa. Seguimos. Foi uma vontade de apetecer. Há partilhas que não se perguntam, vivem-se. Concordas? Disse-te vou levar-te a um lugar não faças perguntas. E cumpriste. Eu cumpri. Vivemos o tempo do espaço. Não sei como
há espaços que nos transportam onde não somos
Que coisa essa é que me leva me faz, isso que referiste dessa recorrência sobre as minhas palavras do espaço, aquele espaço, que não noto, que não percebo como seja a minha insistência no discurso oral do lugar, as vidas os cheiros os sons
cada lugar vive um tempo
Eu não sei o que o lugar me fez que me faz memória dele
É uma estranheza que me espanta
e no teu reflexo, no que me fazes ver de mim, chego-me de outro modo
disse-te
não sei nem o como nem o quando
um dia será que farei alguma coisa disto
um dia
Olha que sei que mostrar-te o lugar
falar-te dele no silêncio do vento
as paredes do abandono
às silvas a terra mole húmida
sei
um dia

Pedro

1 comment:

Blondewithaphd said...

"Um Dia",
quando te expões,
assim,
para nós aqui,
neste espaço.