2009-11-18

Amor


- É a ti que eu quero.
- O Amor é um acto voluntário, quero-te a ti.
Continuaram a amar-se.

Pedro

3 comments:

Manuela Araújo said...

Será mesmo?

Pedro said...

paixão, involuntária
amor, empenho
a confusão é fatal
:-)
uma leitura interessante:
"o caminho menos percorrido"
uma leitura obrigatória:
vida
depois tudo parece mais claro

Jorge Mesquita said...

BALADA PARA UM FUTURO PÓSTUMO


Como consegues ser tão cruel
E fabricar imenso fel
Quando tudo o que vês em volta
São os espelhos da revolta

Julgas-te o dono supremo
Das muralhas do teu sistema
Mas esqueces-te que não tremo
Quando consulto o dilema

Quando sentes o mal do pus
Vês como se fosse uma luz
Mas não reparas que é a dor
Que se espalha ao corpo amor

Já perdeste o senso comum
E tudo o que cheira a atum
É a flor que infecta o treino
Quando se torna podre o reino

Pegas nas minas do teu porte
E enches os bolsos da morte
Como se não houvesse vida
Para além da causa vencida

Rumas à noite do cansaço
Com o peito a arder de inchaço
Porque respiras sem julgar
Que a voz do tempo vai mudar

Já não sentes quem te sentir
Nem vês o olhar do porvir
Porque o cenário da maré
Já não será o que inda é


É só o sussurro do pó
Que já não terá qualquer dó
Quando soprar à natureza
O que restar à tua nobreza

Serás a boca do granito
E a morte do teu conflito
Com um tempo que não conheces
E as bocas da fome que teces

Os sonhos que nunca tiveste
São mágoas que nunca viveste
Porque nunca soubeste ser
O que a vida quer viver.


Oeiras, 05/08/2009 - Jorge Brasil Mesquita
www.comboiodotempo.blogspot.com