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que poesia
por onde
o dia que era, hoje é
2010-08-31
amo-te
no que me complemento
tão nu
tão cheio
Pedro
2010-08-30
a primeira regra para o amor verdade
deveria ser no teste do espelho verdade
o olhar sobre si despido o reflexo
do olhar entretido num outro sem nexo
Pedro
que amor amor / amor que é
amor de amor / desamor que é
Pedro
um pinga
o outro respinga
e um pingo
entre um e o outro
pinga
trocando voltas
de volteio trocado
respinga o que pinga
pinga o voltado
amores fenómeno
amores furados
Pedro
o dia que era
hoje é
Pedro
o cavalo morto
corria
o cavalo morto
relinchava
o cavalo morto
no prado
o cavalo morto
sonhava
o cavalo morto
Pedro
2010-08-29
da carne
ao objecto
do sublime
ao profundo
vejo-te os olhos o rosto
os lábios o gosto
um estar cheio
tão pleno o gozo
Pedro
2010-08-26
quando nasci
vinha comigo um envelope
dizia
"esmagar para viver"
ouvi estilhaços
abri o envelope
com mil cacos de reflexos
de um espelho partido
numa linha de instrução
"segue o teu reflexo"
Pedro
2010-08-18
para várias e outros vários
de abraços e beijos bons
obrigado eu
com abraços e beijos e beijos e abraços
os abraços apertados
em laços de beijos
:-)
Pedro
2010-08-13
que conversas tantas
entre legendas desditas
Pedro
está entre as palavras ditas
o ar por que pensas
Pedro
uma obsessão
é uma observação
permanente
Pedro
só encontro sentido
no sentido
Pedro
como é que vives
vida
e poesia
dia a dia
Pedro
às três da madrugada
era manhã
e eu dormia o sono
lento
de quem se deita tarde
a mão
algures na cama
mas não na coxa da mulher
que não dormia ali
às três da madrugada
era cedo
e os sonhos novos
Pedro
2010-08-12
quando o passado não é presente
o presente é futuro
Pedro
2010-08-11
ele há dias
(e as noites, dela?)
Pedro
beijava-te agora
porque sim
que os beijos assim
são tão sim
Pedro
2010-08-09
as saudades são um objecto estranho
de presente
e antanho
Pedro
what can one say
not yet said
a smile a play
the world the set
Pedro
2010-08-08
de nós
que nós
Pedro
2010-08-07
há cadáveres mortos
e cadáveres vivos
e vivos cadáveres
como cadáveres mortos
que mortos cadáveres
desfizeste esqueletos
que também há mortos
em esqueletos vivos
Pedro
2010-08-06
nenhuma morte é trágica
nenhum adjectivo
a morte é
Pedro
2010-08-05
no beijo
que dês
o beijo
que vês
no beijo
que lês
Pedro
2010-08-03
o filtro
o pó negro
a canela
a água
o botão
o tempo de espera
de um pouco mais
e um café preto amargo e canela
no tempo do sabor
Pedro
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